Biossegurança
Biofilme microbiano pode trazer riscos para a saúde
A biossegurança é um fator essencial nos cuidados com os pés e as unhas. Isso porque, em ambientes como salões de beleza e clínicas de podologia, a falta de higienização adequada dos itens utilizados no atendimento pode levar ao acúmulo de bactérias e fungos, favorecendo a formação do chamado biofilme microbiano, que traz riscos à saúde.
Segundo a podóloga Fernanda Ribeiro, que atua há 15 anos na área, esse biofilme se forma em superfícies úmidas e pode ser um grande risco. “Trata-se de uma camada que se acumula em objetos mal higienizados, como alicates, lixas e bacias. Se o material não for esterilizado do jeito e no tempo certos, os micro-organismos permanecem ali, aumentando o risco de contaminação”, explica.
A boa notícia é que, com os cuidados adequados, é possível evitar esse problema e garantir um atendimento seguro. Só que, para que isso ocorra, tanto os profissionais quanto os clientes precisam ficar atentos às normas de biossegurança.
Para começo de conversa, a fim de evitar a proliferação de micro-organismos, a biossegurança estabelece diretrizes rígidas para a limpeza e esterilização de materiais. As principais recomendações incluem:
Esterilização correta: uso de autoclave para esterilizar materiais reutilizáveis, já que estufa e fervura não são eficazes;
Uso de descartáveis: lixas, palitos e bacias devem ser trocados a cada cliente;
Higiene pessoal: uso obrigatório de luvas e máscara pelo profissional;
Desinfecção de superfícies: bancadas e equipamentos devem ser higienizados regularmente, pois o biofilme não sai apenas com álcool.
“O biofilme é resistente e a limpeza precisa ser feita corretamente para eliminar bactérias, fungos e até vírus. Do contrário, o cliente pode sair do salão com uma infecção”, frisa Fernanda.
Quais são os riscos do biofilme?
A falta de higienização adequada pode causar diversas complicações para a saúde, principalmente em pessoas com imunidade baixa, como diabéticos. Os principais riscos do biofilme microbiano são:
Micose: infecção fúngica que pode atingir a pele e as unhas;
Unha encravada infeccionada: o acúmulo de bactérias pode agravar o quadro;
Paroníquia: inflamação ao redor da unha, causando dor e inchaço;
Infecções graves: em casos mais sérios, a contaminação pode evoluir para problemas mais complexos.
Em que ficar de olho
A podóloga reforça que os clientes também precisam ficar atentos ao ambiente onde realizam os cuidados com os pés e as unhas. Anote alguns pontos de alerta para ficar de olho nas próximas visitas aos salões:
O profissional abre os instrumentos esterilizados na sua frente?
Ele usa luvas e máscara durante o atendimento?
O ambiente está limpo e organizado?
As bacias são descartáveis ou protegidas com plástico?
“Se tiver dúvidas, pergunte como os materiais são higienizados. Pode parecer incômodo, mas é sua saúde que está em jogo”, frisa.
O papel do podólogo na prevenção
Além de garantir um atendimento seguro, o podólogo orienta os clientes sobre a importância da higiene e da escolha correta dos locais para o cuidado dos pés.
“Muita gente não faz ideia do perigo que pode haver num salão que não segue as normas direitinho. Nosso papel é educar os clientes e garantir que eles não corram riscos desnecessários”, conclui Fernanda.