Conheça o Universo do Pé

Por que os pés são tão importantes durante toda a vida?
Quando os pés são o assunto, logo o conceito de mobilidade vem à cabeça, já que são responsáveis por sustentar o peso do corpo, distribuir a pressão durante os movimentos, regular a temperatura, prevenir lesões e proporcionar equilíbrio. Obviamente, são essenciais durante toda a vida, sobretudo no que diz respeito à estabilidade e locomoção – seus papéis centrais. Conforme explicam os ortopedistas João Pedro Rocha, Bárbara Lívia e Lucas Rodrigues, do Instituto Torus de Ortopedia Especializada, os pés têm uma função biomecânica indispensável. Isso porque garantem estabilidade e locomoção, permitindo que os indivíduos se desloquem com segurança e precisão. Além disso, absorvem impactos e ajudam a proteger outras estruturas do corpo, como joelhos e coluna. Vale lembrar que a sensibilidade e a propriocepção (a percepção do corpo no espaço) são fundamentais para manter o equilíbrio. Sem esses mecanismos, tarefas simples, como subir escadas ou até ficar parado em pé, seriam muito mais desafiadoras. Do nascimento aos primeiros passos Já parou para pensar que o cuidado com os pés começa desde o nascimento? O teste do pezinho, realizado nos primeiros dias de vida, é essencial para detectar doenças genéticas e metabólicas, como a atrofia muscular espinhal (AME), que pode comprometer funções vitais - andar e respirar, por exemplo -, sendo até fatal. A partir do momento que o bebê começa a dar os primeiros passos, os pés se tornam os grandes protagonistas. A fase é um marco no desenvolvimento motor, sendo que o controle postural, o equilíbrio e a força muscular determinam o momento certo para cada criança se movimentar, como ressaltam os especialistas. O formato do pé também impacta a locomoção. Segundo a podóloga Fabiana Lopes, especializada em pés diabéticos, os três principais tipos são: Pé normal: com curvatura equilibrada, que proporciona suporte adequado ao peso corporal; Pé chato: possui pouca ou nenhuma curvatura, levando ao maior contato com o solo, o que pode causar dores e cansaço; Pé cavo: apresenta um arco acentuado, reduzindo a área de apoio e aumentando o risco de lesões. “Identificar o tipo de pé é fundamental para escolher calçados adequados e prevenir problemas como fascite plantar e dores crônicas”, acrescenta a profissional. Ao longo da vida… Os ortopedistas lembram que, com o passar do tempo, os pés enfrentam diferentes desafios. Na vida adulta, por exemplo, calçados inadequados e falta de atenção à higiene podem levar a calosidades, unhas encravadas e micoses. Já na terceira idade, doenças crônicas, como diabetes e osteoporose, tornam os cuidados ainda mais necessários. “O envelhecimento traz alterações na massa muscular, postura e equilíbrio. Isso aumenta o risco de quedas e compromete a mobilidade”, acrescenta a podóloga. Para minimizar tais impactos, os médicos recomendam práticas simples, mas eficazes: Praticar exercícios regulares para fortalecer músculos e melhorar a circulação; Usar sapatos confortáveis, a fim de evitar dores e ter suporte adequado; Realizar consultas regulares com ortopedistas e podólogos. A velhice retoma a busca por autonomia Detalhe importante: apesar de os pés serem testados ao nascer e se tornarem protagonistas dos primeiros passos e bases essenciais durante toda a vida, eles podem sofrer implicações na senioridade. Tanto que, durante essa fase, o objetivo principal costuma ser voltar a andar sem auxílio. “A saúde dos pés está diretamente ligada à independência do idoso. Manter os cuidados recomendados desde cedo faz toda a diferença”, aponta João Pedro. Por isso, algumas recomendações simples, do dia a dia, merecem ser respeitadas e seguidas durante toda a vida: Lave e seque bem os pés diariamente, especialmente entre os dedos; Use cremes hidratantes para evitar ressecamento; Corte as unhas corretamente e previna encravamentos; Evite andar descalço em local público e reduza o risco de micoses.

Hidratação dos pés preserva a pele e evita calos. Entenda
Manter a hidratação dos pés é mais importante do que parece. Afinal, a pele dessa região é mais espessa, especialmente na planta, e tende a ressecar com mais facilidade. Para evitar rachaduras, calosidades e garantir conforto, uma rotina de cuidados com a hidratação faz toda a diferença. O podólogo Joaquim Sato salienta que o hábito de hidratar os pés é essencial, porque preserva a integridade da pele, evitando que ela se rompa com facilidade. “Além disso, retarda o crescimento de calos e calosidades e mantém a pele mais próxima do que era na juventude, com maciez e elasticidade”, acrescenta. Benefícios da hidratação Portanto, investir na hidratação regular dos pés traz diversos benefícios, principalmente: Prevenção de rachaduras e fissuras, que podem se tornar dolorosas; Retardo do crescimento de calos e calosidades; Manutenção da elasticidade da pele; Sensação de maciez e conforto; Proteção contra ressecamento extremo. Como e quando hidratar os pés? Existe, sim, jeito e hora mais adequada para a hidratação. Nesse sentido, o podólogo recomenda que seja feita sempre que possível, mas com preferência para o período noturno. “À noite, os pés ficam mais tempo em contato com o produto, permitindo que a pele absorva melhor o hidratante. Nesse momento, pode-se até usar um creme mais consistente, que traz melhores resultados”, orienta. Os diferentes tipos de hidratantes Falando nos cremes, é importante escolher a fórmula certa. Isso porque, embora haja uma grande variedade disponível no mercado, nem todas as formulações oferecem o mesmo nível de hidratação. Joaquim Sato reforça que, quanto mais consistente, melhor será o efeito. Veja opções: Hidratantes à base de ureia: são conhecidos por seu alto poder de hidratação, ajudam a reter água na pele; Manteigas vegetais (karité, cacau): oferecem nutrição profunda e são ideais para peles secas; Óleos e parafina: formam uma película que evita a perda de água, mantendo a hidratação por mais tempo, mas não hidratam diretamente. Vale lembrar que casos de pele extremamente seca, fissuras e calosidades demandam uma atenção maior. Nessas situações, a hidratação intensiva (com os produtos sugeridos acima) costuma ser recomendada, mas pode ser insuficiente. É aí que entra o acompanhamento profissional para novas orientações. Hidratante e emoliente: qual a diferença? Além de todos os hidratantes, existem os chamados emolientes. Apesar de muitas pessoas confundirem os dois, eles têm funções diferentes: Hidratantes: repõem água na pele, mantendo a maciez e a elasticidade; Emolientes: ajudam a amolecer e a soltar o excesso de pele, geralmente utilizados por podólogos para tratar áreas mais ressecadas ou com calosidades. De acordo com o especialista, para um tratamento mais completo, o ideal é combinar os dois, mas sempre com avaliação de um profissional capacitado. “Em casos de excesso de pele, usamos o emoliente primeiro para soltar as áreas endurecidas. Depois, aplicamos um bom hidratante para garantir a nutrição da pele”, cita. Hidratação caseira ou profissional É totalmente possível manter os pés bem hidratados em casa, porém, a hidratação feita por um podólogo tem alguns diferenciais importantes. “No consultório, usamos produtos voltados para profissionais e preparamos os pés para receber a hidratação de forma mais eficiente, removendo calosidades e promovendo tratamentos específicos”, explica o especialista. Se a ideia é potencializar os cuidados em casa, o podólogo recomenda o seguinte protocolo: 1. Faça um tratamento podológico para preparar os pés; 2. Aplique um creme hidratante consistente; 3. Após alguns minutos, finalize com óleo ou parafina para selar a pele e prolongar o efeito da hidratação.

Como hidratar os pés em casa? Aprenda o passo a passo
Cuidar da hidratação dos pés é um passo essencial para manter a saúde e o bem-estar nessa parte do corpo. Muitas vezes negligenciada, a hidratação adequada pode prevenir problemas como rachaduras, calosidades e até infecções. A cosmetóloga e esteticista Talita Bovi explica a importância de um cuidado regular: “A hidratação dos pés é fundamental para evitar o ressecamento e problemas mais sérios na pele. Investir nessa rotina traz resultados visíveis e duradouros”. Os pés são expostos a atrito, pressão e ressecamento constante devido ao uso de sapatos e atividades diárias. Assim, a hidratação correta se mostra essencial para prevenir danos decorrentes desses fatores. "A pele dos pés é mais espessa e sujeita a atritos constantes. Sem hidratação adequada, pode se tornar áspera e desenvolver rachaduras, criando um ambiente propício para infecções”, alerta a profissional. Tipos de hidratantes mais indicados Só que não adianta usar qualquer creme. O uso de fórmulas mais potentes é fundamental, visto que a pele dos pés necessita de cuidados mais intensivos. De acordo com Talita Bovi, os melhores produtos para essa região são aqueles com ativos que ajudam a reter água e proteger a pele, como: Hidratantes com ureia: a ureia é um umectante eficaz que atrai e retém a água, sendo ideal para quem tem pés ressecados; Manteigas vegetais (karité, cacau, cupuaçu): essas manteigas proporcionam uma hidratação profunda e ajudam a manter a pele macia, criando uma barreira contra a perda de umidade; Óleos vegetais (amêndoas, coco, abacate): tais óleos restauram a barreira lipídica da pele, prevenindo o ressecamento; Ácidos salicílico e ácido lático: esses ingredientes têm propriedades esfoliantes leves e ajudam a melhorar a textura da pele, além de reduzirem calosidades. Como aplicar os hidratantes A aplicação deve ser feita de maneira regular para garantir resultados eficazes. Bovi orienta que a frequência ideal é de 1 a 2 vezes por dia para a maioria dos hidratantes, como os com ureia e óleos vegetais, que são os mais comuns. "É importante aplicar o hidratante enquanto a pele ainda está um pouco úmida, logo após o banho, para potencializar a absorção", ensina. A hidratação dos pés envolve várias etapas essenciais para garantir resultados satisfatórios. A seguir, a cosmetóloga sugere um protocolo de cuidados que vai da limpeza à hidratação profunda. 1. Limpeza (diária) Antes de aplicar qualquer hidratante, é fundamental lavar bem os pés com água morna e sabonete suave. Massageie as áreas entre os dedos e enxágue abundantemente para evitar resíduos de sabão que possam ressecar a pele. 2. Esfoliação (a cada 15 dias) A esfoliação remove as células mortas e prepara a pele para absorver melhor o hidratante. Use um esfoliante suave e faça movimentos circulares. Mas, atenção: não exagere na esfoliação para evitar microlesões. 3. Hidratação (diária) Logo após secar os pés, aplique o hidratante enquanto a pele ainda está levemente úmida. Massageie bem até que o produto seja totalmente absorvido. Lembre-se de evitar a aplicação entre os dedos para não criar um ambiente úmido que favoreça infecções. 4. Potencialização (opcional) Para intensificar a hidratação, envolva os pés com filme plástico ou um protetor para calcanhar por 20 a 30 minutos. Isso ajuda a aumentar a penetração dos ativos hidratantes. 5. Talco ou spray desodorante (opcional) Após a hidratação, aplique talco ou um spray desodorante para controlar os odores e a transpiração durante o dia, se desejar. Os produtos absorvem o excesso de umidade, previnem problemas como chulé e até infecções, além de prolongarem a hidratação. Cuidados especiais para diabéticos Lembre-se que pacientes diabéticos precisam adotar cuidados adicionais ao escolher produtos para os pés, devido à maior vulnerabilidade a lesões e infecções. "Esse grupo deve evitar cremes com ureia em concentrações altas para não agredir a pele sensível. Além disso, é importante escolher produtos sem fragrâncias ou corantes, que podem causar reações alérgicas", recomenda a especialista.

Canelite: o que é? E o que fazer para prevenir?
A palavra "canelite" está diretamente relacionada à corrida. Ela é um termo popularmente usado para se referir à dor ou inflamação nos músculos e tecidos da região da canela (perna inferior), especificamente ao longo da tíbia. Esse problema geralmente ocorre em pessoas que praticam atividades de alto impacto, como a corrida, especialmente quando há um aumento repentino na intensidade ou volume da atividade. A canelite pode ser causada por: Sobrecarga excessiva; Pisada inadequada; Uso de calçados inapropriados; Corrida em superfícies duras ou desiguais. Prevenir a canelite e melhorar o quadro, caso já tenha ocorrido, envolve algumas estratégias e exercícios que visam reduzir o estresse na região da canela, melhorar a força muscular e corrigir possíveis desequilíbrios. Aqui estão algumas dicas e exercícios que podem ajudar. Prevenção da Canelite Aumente a intensidade gradualmente: evite aumentar a carga de treino de forma abrupta. Aumente a distância, tempo e intensidade de forma gradual (não mais do que 10% por semana), permitindo que os músculos e tendões se adaptem. Calçados adequados: use tênis específicos para a corrida e que ofereçam bom suporte ao arco do pé. Se necessário, consulte um especialista para avaliar a sua pisada e, se necessário, usar palmilhas ortopédicas. Evite superfícies duras: sempre que possível, corra em superfícies mais macias, como grama ou trilhas. Correr em asfalto ou concreto pode aumentar o impacto nas pernas. Fortalecimento muscular e alongamento: fortalecer a musculatura da perna, incluindo a panturrilha e os músculos tibiais, pode ajudar a reduzir o risco de lesões. Alongamento e mobilidade: realizar alongamentos dinâmicos antes da corrida e alongamentos estáticos após o treino pode ajudar a manter a flexibilidade dos músculos e tendões. Descanso adequado: dê tempo suficiente para os músculos se recuperarem entre os treinos. O descanso é fundamental para a prevenção de lesões. Caso haja lesão, pode ser tratada com descanso, gelo, alongamento e, em alguns casos, com o auxílio de fisioterapia. Se os sintomas persistirem, é sempre importante buscar a orientação de um médico, fisioterapeuta ou podólogo especialista para evitar complicações.

Esporão de calcâneo precisa de cirurgia? Conheça tratamentos
O esporão de calcâneo é uma condição que afeta a região do calcanhar, muitas vezes resultando em dor intensa e desconforto. Entre as causas, a sobrecarga da região é o motivo mais apontado pelos médicos e pode ser evitada. “A dor no esporão é aguda e pode ser muito chata, especialmente ao levantar da cama ou após longos períodos sentado. O primeiro passo é buscar diagnóstico médico para confirmar se é realmente o esporão e iniciar o tratamento”, explica o ortopedista Tiago Baumfeld, especialista em pé e tornozelo do Hospital Felício Rocho. Medidas para aliviar os sintomas Segundo o profissional, o tratamento inicial do esporão de calcâneo não é cirúrgico e inclui medidas conservadoras que ajudam a aliviar a dor e promover a cura. Os principais cuidados são: Alongamento da fáscia plantar e panturrilha, por meio de exercícios simples, pois ajudam a aliviar a tensão na área e melhorar a mobilidade; Uso de calçados adequados, como modelos com amortecimento, que reduzem o impacto no calcanhar, prevenindo o agravamento dos sintomas; Órtese noturna, que é indicada especialmente para fascite plantar porque mantém o pé em posição adequada durante o sono, promovendo alívio; Massagem com gelo, que também ajuda. A dica caseira do ortopedista Tiago Baumfeld para aliviar a dor em momento de crise é congelar uma garrafinha d’água e rolá-la sob o pé por 10 minutos. Além disso, terapias como ondas de choque e infiltrações com ácido hialurônico podem ser indicadas em casos mais persistentes, oferecendo alívio e promovendo regeneração na região. Quando a cirurgia é necessária? Embora menos comum, a cirurgia pode ser indicada em casos graves ou quando os tratamentos conservadores não apresentaram resultados satisfatórios. A intervenção, que geralmente é minimamente invasiva, deve remover partes do osteófito ou liberar a fáscia plantar. “A cirurgia tem bons resultados, sim, e apresenta baixa taxa de recidiva, mas deve ser uma exceção, considerada somente após avaliação criteriosa e falha nos outros métodos de tratamento”, esclarece o médico. A rotina de quem convive com o esporão O mensageiro de hotel Josivan de Farias, 51 anos, conhece bem os impactos do esporão de calcâneo no dia a dia. Após anos de desconforto ignorado, uma lesão ao pisar em um prego agravou os sintomas, forçando-o a buscar ajuda médica. “O pé ficou tão inchado que parecia uma bola, e a dor era insuportável. Foi aí que comecei a fisioterapia e aprendi exercícios para alongar a fáscia plantar e a panturrilha. Também uso palmilhas para aliviar o impacto”, relata Josivan. Apesar das melhorias, ele admite que exageros nas atividades ainda provocam crises ocasionais. “Quando não respeito meus limites, a dor volta, mas é muito mais controlada agora”, adiciona. Evite o problema antes que ele surja A prevenção do esporão de calcâneo passa por cuidados simples, mas essenciais: Praticar atividades físicas regularmente. Os exercícios fortalecem os músculos e ajudam a manter o peso sob controle. Usar calçados adequados no dia a dia. Prefira modelos com amortecimento e evite solados duros. Faça alongamentos diários. Isso ajuda a manter a flexibilidade da fáscia plantar e da panturrilha. Evite a sobrecarga. Programe atividades físicas gradualmente e não execute mudanças bruscas na intensidade. “Com as medidas corretas, é possível prevenir o esporão ou, ao menos, evitar complicações graves”, finaliza Tiago Baumfeld.

Por que a biomecânica é importante para viver bem?
Os pés desempenham papel essencial na sustentação e mobilidade do corpo e entender sobre biomecânica, ou seja, a interação entre forças, articulações, tendões e músculos, é fundamental para garantir equilíbrio, postura e locomoção. Segundo Camila Silva, podologista especializada em baropodometria e palmilhas, a biomecânica tem um grau de relevância e importância dentro dos atendimentos clínicos justamente porque ela entende e transcreve toda a engenharia anatômica e fisiológica do corpo. “Quando a gente entende de anatomia, entende como o corpo funciona, como que os processos fisiológicos funcionam, e aí a gente une a biomecânica, que é a engenharia, ela estuda toda a mecânica do corpo e como todos esses sistemas conversam entre si, isso é um divisor de águas para nosso atendimento. A gente consegue visualizar o pé e todo o membro inferior do nosso paciente como um sistema completo”, explica Camila. Ela se especializou em biomecânica porque queria desmistificar e simplificar o tema para que chegasse a mais pessoas e profissionais da área da saúde. “É uma área que a maioria das pessoas tem dificuldade e eu sempre quis dar aula, então pensei em me especializar nisso e daí, por que não me especializar em baro (baropodometria) também? Queria igualar a educação, o entendimento sobre a biomecânica porque de fato ela é muito complexa”, lembra Camila. Para ela, quando se consegue simplificar o que é complexo deixa de ser um bicho de sete cabeças, ou seja, se torna acessível. Outro motivador para sua especialização foi pela área ter uma predominância masculina. “Se tornou um desafio basicamente, ser uma mulher que é especialista no assunto, que dá aula, tem voz e consegue simplificar esse assunto que é bastante complexo”, afirma Camila. O uso da baropodometria. Quem deve fazer? Dentro da biomecânica o uso da baropodometria ajuda o profissional com referências qualitativas e quantitativas de cada paciente. “Ela nos traz dados extremamente ricos para conseguirmos analisar e chegar a um diagnóstico preciso e completo do nosso paciente, justamente porque oferece uma leitura de dados tanto na forma estática quanto na dinâmica e isso faz com que a gente entenda por completo o funcionamento do corpo, do sistema inferior, do membro inferior do paciente”, diz a podóloga. Segundo Camila, literalmente todo mundo deveria fazer um exame de baropodometria. “Todo mundo que puder fazer um exame, mas principalmente pessoas que sofrem com dores na coluna, no quadril, no joelho, nos pés, pessoas que têm algum problema na postura etc.”, diz ela. “Geralmente as pessoas procuram no momento de dor, mas o ideal seria fazer preventivamente”, complementa. O captor podal nem sempre é o único responsável pelo desalinhamento postural, mas Camila explica que cerca de 80% dos problemas de postura são decorrentes dele. “Justamente quando acontece alguma alteração no membro inferior temos que investigar para saber qual é a origem, qual é a causa do desalinhamento. Se é uma questão do captor podal, como na maioria dos casos é, podemos indicar o uso de uma órtese plantar aliada a um trabalho multidisciplinar com fisioterapeuta ou um educador físico”, explica Camila. Para ela, apenas trabalhando os captores junto com a questão muscular e sistêmica é possível melhorar a qualidade de vida desse paciente. Mobilidade biomecânica entre jovens e idosos A questão da mobilidade biomecânica de um jovem e de um idoso depende da consciência e importância que é dada à prevenção. “Tudo é um processo”, diz Camila. “Se você tem uma vida sedentária, você vai ser um idoso que pode ter sim um índice de queda, um índice de saúde debilitado”, complementa ela. “Os jovens hoje estão muito sedentários e isso influencia diretamente na postura”, alerta a profissional que busca conscientizar seus pacientes com dados da avaliação biomecânica. “Com a ajuda da baropodometria eu consigo falar para ele, olha, está vendo isso aqui? Isso aqui não está legal. E consigo fundamentar e explicar que hoje não dói, mas que daqui uns anos pode vir a doer”, conta Camila. Segundo ela é importante trabalhar de uma forma preventiva com os jovens para terem qualidade de vida e locomoção na velhice. “O idoso colhe aquilo que ele fez durante a vida dele toda. Eu tenho uma frase que uso sempre que, enquanto profissional da área de saúde, e eu falo por mim, enquanto podóloga, a minha missão é transformar passos em qualidade de vida”, revela Camila. Depois de ter passado por tantos casos clínicos, inclusive casos difíceis, até de amputações, Camila lembra de um caso de uma paciente que passou por tratamento de uma onicofose recorrente de ambos os hálux (dedão) nas quatro bordas. “Essa paciente tratava dessa condição por mais de dez anos. Quando chegou apreensiva e me contou dos anos de sofrimento, eu montei um protocolo para acabar com a dor em três meses”, conta Camila. Usando a biomecânica, ela conseguiu eficácia no tratamento e ganhou a confiança da paciente. “Depois de três meses ela não tinha mais dor e isso foi gratificante demais. Provei para mim mesma que estou no caminho certo e isso me deixa muito, muito feliz mesmo”, conclui Camila. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Camila Silva | Baropodometria e Biomecânica (@podologistacamilasilva)