Cuidado Diário
Como tratar cisto sinovial no pé e quais são os riscos
O cisto sinovial é uma alteração comum que pode surgir nos pés ou tornozelos. O problema surge como uma bolsa cheia de líquido, semelhante ao que lubrifica naturalmente as articulações e, apesar de benigno, pode causar incômodo e afetar a mobilidade.
Sua formação ocorre quando há excesso de líquido sinovial (fluído natural das articulações), que escapa e fica preso em uma cápsula, segundo o ortopedista Caio Fábio, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia do Ceará (SBOT-CE). A condição pode estar associada a desgaste, traumas repetitivos ou até surgir sem causa específica.
“Esse líquido funciona como um ‘óleo’ natural do corpo. Quando acumulado fora do espaço normal da articulação, acaba formando o cisto, que pode variar de tamanho e provocar dor, dependendo do local em que aparece”, explica o especialista em cirurgia do pé e tornozelo.
Sintomas mais comuns
O cisto costuma ser percebido pela presença de um nódulo palpável ou visível. Além disso, pode provocar:
Dor ou desconforto, principalmente com calçados apertados;
Inchaço localizado, que pode variar de tamanho ao longo do tempo;
Formigamento ou pressão, quando a lesão comprime nervos próximos, o que ocorre apenas em alguns casos.
Na maioria das vezes, é uma condição benigna que não compromete a articulação no longo prazo. No entanto, dependendo do tamanho e da localização, pode atrapalhar a mobilidade e causar dor ao caminhar.
É perigoso não tratar?
De acordo com o médico Caio Fábio, o cisto sinovial não representa risco de se tornar maligno. “Não há chance de virar câncer. O maior problema é o incômodo: ele pode crescer, inflamar, causar dor persistente e até pressionar nervos ou vasos sanguíneos”, afirma.
Por essas razões, mesmo não sendo maligno ou uma condição tão grave, o quadro merece atenção, com acompanhamento médico regular e o tratamento é indicado.
Opções de tratamento
Na maioria dos casos, a recomendação inicial é apenas observar a evolução e adotar medidas simples, como:
Troca de calçados para reduzir a pressão;
Imobilização temporária;
Aspiração do líquido com agulha (punção) – embora exista chance de retorno.
Todavia, quando a dor é intensa, há limitação de movimento, recidiva após punções ou forte incômodo estético, a cirurgia pode ser indicada. “Esse procedimento consiste em retirar o cisto junto com sua cápsula, reduzindo as chances de reaparecimento”, detalha Caio Fábio.
Cuidados e prevenção
Não há como impedir totalmente o surgimento do cisto sinovial, mas alguns hábitos ajudam a reduzir riscos:
Evitar sapatos muito apertados;
Reduzir esforços repetitivos no pé e tornozelo;
Fortalecer a musculatura da região para diminuir a sobrecarga.
O ortopedista reforça que a decisão de tratar depende de três fatores principais: se o cisto causa dor, se limita atividades do dia a dia ou se traz incômodo estético.
“Em muitos casos, o paciente consegue conviver bem sem cirurgia, mas quando atrapalha a qualidade de vida, existem soluções seguras e eficazes”, finaliza.