Prevenção de Lesões
Artrite nos pés e tornozelos: saiba identificar e tratar
A artrite nos pés e tornozelos é um processo inflamatório crônico que provoca desgaste progressivo da cartilagem das articulações. Esse quadro causa dor, inchaço e perda gradual de movimento, impactando diretamente a qualidade de vida.
Segundo o ortopedista Rafael Botelho, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia do Ceará (SBOT-CE), as causas mais comuns incluem:
Fraturas graves no tornozelo;
Instabilidades crônicas após entorses mal tratadas;
Alterações da pisada, como o pé plano grave;
Doenças inflamatórias, como artrite reumatoide e lúpus;
Infecções articulares.
“A artrite é um processo inflamatório crônico que gera desgaste progressivo da cartilagem que reveste os ossos das articulações, causando dor, inchaço e redução da amplitude de movimento de forma progressiva”, explica o especialista em cirurgia minimamente invasiva do pé.
Sintomas e diagnóstico
Os primeiros sinais são dor e inchaço de instalação lenta, geralmente acompanhados de rigidez matinal. Para diferenciar de outros problemas articulares, como tendinites ou fascite, é importante observar a duração dos sintomas. Veja só:
Problemas benignos costumam durar menos de duas semanas e cessam espontaneamente.
A artrite, ao contrário, provoca dores persistentes que se estendem por meses ou anos, limitam atividades físicas e profissionais e só regridem com tratamento médico.
Além disso, nos estágios mais avançados, a artrite compromete a movimentação dos pés e tornozelos. Essa limitação leva a uma sobrecarga das articulações vizinhas, já que o corpo busca compensar a dor alterando a forma de pisar e andar. Com o tempo, esse padrão favorece o surgimento de novas lesões.
Tratamentos disponíveis
Os procedimentos para reverter o cenário variam conforme a gravidade e devem ser sempre individualizados. De acordo com o médico, existem três abordagens principais:
Não cirúrgicas: fortalecimento muscular dos membros inferiores (panturrilha, inversores e eversores do tornozelo), uso de colágeno tipo 2 para auxiliar a cartilagem remanescente e adoção de calçados de solado firme (como tênis, plataforma, papete, tamanco ou anabela) e palmilhas para corrigir alterações da pisada.
Procedimentos guiados: infiltrações articulares com ácido hialurônico, que aliviam a dor por 6 a 12 meses e ajudam no deslizamento articular.
Cirurgias: indicadas em casos de destruição articular ou deformidades graves, podendo envolver fusão das articulações (artrodeses) ou substituição das mesmas (artroplastias).
“A escolha do tratamento é individual e feita pelo ortopedista, levando em conta o grau de destruição articular e o impacto na vida do paciente”, salienta Rafael.
Cuidados no dia a dia
Alguns hábitos ajudam a controlar os sintomas da artrite e prevenir crises mais dolorosas. Alguns deles são:
Manter uma dieta saudável;
Controlar o peso corporal;
Praticar atividades de baixo impacto, como bicicleta, pilates, elíptico ou exercícios aquáticos;
Fortalecer a musculatura periarticular para estabilizar tornozelos e pés.
Manter o peso adequado, associado aos esportes corretos, promove a saúde das articulações e reduz o risco de artrite. Além disso, tratar precocemente alterações da pisada ou dores persistentes ajuda a evitar a progressão da doença.
Sinais de alerta
O alarme deve soar com dores osteoarticulares intensas ou que duram mais de duas semanas. Esses casos merecem investigação de perto pelo ortopedista para descartar ou diagnosticar a doença.
“Uma lesão tratada de forma precoce com reforço muscular, palmilhas ou pequenas cirurgias pode ser revertida sem prejuízos a longo prazo. Mas negligenciar a dor pode levar a artrite com destruição articular, exigindo tratamentos e cirurgias complexas”, alerta o médico.