Exercícios de Fortalecimento
Dor no dedão do pé: o que há por trás do incômodo
A dor no dedão do pé pode parecer algo pontual, mas, quando persiste, é sinal de que há algo errado. O sintoma pode ter diversas origens, como sobrecarga, traumas repetitivos ou alterações ortopédicas, e merece atenção, especialmente quando afeta a rotina ou a prática esportiva.
Conforme explica o ortopedista Alexandre Zuccon, do Hospital Ortopédico AACD, as causas mais comuns são a sesamoidite, que provoca dor na base do dedão; a artrite, como a gota; e o hálux rigidus, condição que compromete a articulação. “Em fases mais avançadas, até mesmo o joanete pode causar dor, especialmente se houver degeneração”, explica.
A sobrecarga também é um fator importante. “Pessoas com pés cavos, por exemplo, concentram muita pressão na frente do pé, o que pode gerar dor na articulação do dedão. O uso de calçados inadequados, como os de salto alto ou bico fino, também piora o quadro”, alerta o médico.
Quando a dor exige atenção
É comum ficar na dúvida se uma dor no dedão deve ser investigada. Para esclarecer de uma vez por todas, Zuccon indica buscar por um especialista quando:
A dor for recorrente ou persistente por semanas;
Estiver associada a inchaço, rigidez ou perda de mobilidade;
Dificultar atividades físicas ou tarefas simples do dia a dia.
O profissional acrescenta ainda que exames de imagem, como radiografia ou ressonância magnética, ajudam a identificar alterações articulares, sobrecarga e até casos de artrose precoce. “Isso é fundamental quando há suspeita de hálux rigidus, joanete avançado ou doenças reumáticas, como a gota”, afirma.
Prática esportiva e a dor no dedão
Atividades físicas de impacto, como saltos, futebol e corrida, podem agravar quadros já existentes ou até provocar lesões. Para prevenir, o ideal é:
Usar tênis com amortecimento e suporte adequado;
Evitar treinos de impacto quando houver dor;
Fazer alongamentos para manter flexibilidade dos pés;
Respeitar os limites do corpo e buscar orientação ortopédica.
Cuidados simples no dia a dia também fazem diferença, como optar por sapatos confortáveis, com bom espaço para os dedos e sem salto elevado.
E o tratamento?
O ortopedista Alexandre Zuccon reforça que cada causa exige uma abordagem específica. “Temos desde medidas conservadoras, como fisioterapia e medicamentos, até casos em que a cirurgia pode ser necessária, principalmente quando há desgaste severo”, avalia.
Nos pés com arco muito elevado, o uso de palmilhas pode ajudar a redistribuir a pressão e reduzir a dor, por exemplo. Já exercícios de fortalecimento e mobilidade são recomendados para manter a saúde articular e prevenir desconfortos.
“Senti que algo estava errado”
O assessor de imprensa Francisco Medeiros, 45 anos, de São Paulo, começou a sentir dor no dedão do pé após retomar os treinos na academia. Achou que fosse passageiro, mas o incômodo persistiu por meses e precisou de atendimento médico.
“Eu percebi que o dedão travava e doía quando subia escadas ou caminhava muito. Meu ortopedista diagnosticou início de hálux rigidus e me orientou a mudar o tipo de tênis e começar a fisioterapia”, conta.
Hoje, com acompanhamento contínuo e cuidados diários, Francisco aprendeu a lidar melhor com o problema. “Achei que era só uma dorzinha, mas pode evoluir se a gente ignora. Aprendi a escutar meu corpo”.