Tipos de Pés
Pés mudam ao longo da vida. Entenda como e o porquê
Você sabia que as características dos pés mudam significativamente no decorrer das diferentes fases da vida? Essas transformações envolvem desde o formato do arco plantar até os ossos e são influenciadas pela genética e por hábitos diários.
Isso ocorre porque os pés sofrem adaptações naturais à medida que o corpo cresce e amadurece. “Ao nascer, o pé é plano, porque ainda não há o arco plantar formado. Esse desenvolvimento ocorre gradualmente, com a estabilização ligamentar por volta dos 6 a 8 anos, e se completa durante a adolescência, quando o corpo atinge estabilidade”, explica o ortopedista Daniel Baumfeld, do Hospital Felício Rocho.
A podóloga Antonia Cristina da Silva, especialista em cuidados preventivos, acrescenta: “Na infância, o foco está no desenvolvimento ósseo e muscular. Na vida adulta, os pés enfrentam maior sobrecarga de peso e hábitos, enquanto na terceira idade, ocorrem perdas de elasticidade e amortecimento, resultando em calosidades e alterações na saúde das unhas”.
Como mudanças ocorrem
É impossível dizer que os pés são o mesmo desde o nascimento. Aliás, mais do que mudar, cada fase é marcada por evoluções bem características, com alterações estruturais e, também, funcionais. Veja:
Recém-nascidos e bebês: os pés são cartilaginosos, com ossos em formação, além de o arco plantar ainda não estar presente.
Infância: o desenvolvimento ósseo e muscular ocorre gradualmente, exigindo atenção ao uso de calçados adequados para evitar deformidades.
Adolescência: o arco plantar estabiliza-se e os pés alcançam formato e funcionalidade definitivos.
Adultos: os pés suportam o peso corporal e são influenciados por hábitos diários, como o uso de calçados inadequados.
Idosos: há perda de elasticidade, redução do amortecimento natural e aumento da rigidez articular, além do surgimento de calosidades e alterações nas unhas.
O ortopedista Daniel Baumfeld explica que o número de ossos no pé não muda, mas a composição deles, sim. “Ao longo do crescimento, as cartilagens se ossificam, completando o formato definitivo dos ossos. Não ganhamos ossos, mas calcificamos os centros de cartilagem presentes desde o nascimento”.
Principais condições que afetam os pés
Conforme envelhecemos, os pés estão sujeitos ao impacto acumulado do peso corporal e à ação de maus hábitos, como o uso de calçados inadequados, por exemplo. Juntos, esses fatores podem levar a algumas condições bem desconfortáveis, como:
Deformidades no arco plantar: pés planos (sem arco) ou cavos (muito curvados) podem surgir desde a infância e se agravar ao longo da vida;
Calosidades e unhas encravadas: são frequentes em adultos e idosos devido ao atrito ou cortes inadequados;
Desgastes naturais: perda de elasticidade e amortecimento em idosos, agravada por sobrepeso e falta de cuidados preventivos.
A podóloga Antonia Cristina da Silva alerta que “hábitos como o uso prolongado de calçados apertados ou salto alto, somados à falta de cuidado na infância, podem desencadear problemas na vida adulta e terceira idade”. Para não chegar a vivenciar esses contratempos, o ideal é apostar na prevenção.
Cuidados preventivos em cada fase da vida
Prevenir problemas nos pés começa desde cedo – ainda na infância – e segue durante toda a vida, ajustando-se conforme cada etapa. Confira algumas recomendações dos profissionais para as diferentes fases:
Na infância: priorize calçados adequados, higiene, cortes corretos das unhas e atenção ao desenvolvimento do arco plantar.
Na vida adulta: dê preferência a sapatos confortáveis, mantenha o peso corporal controlado e pratique atividades físicas regulares.
Na terceira idade: reforce a hidratação da pele, o controle de calosidades e o corte adequado das unhas para evitar feridas.
Segundo o ortopedista, quanto mais cedo o indivíduo começar a adotar bons hábitos, menores serão os problemas acumulados no futuro.
Apesar da relevância dos cuidados preventivos, Cristina observa que crianças e jovens são raramente levados ao podólogo, o que pode comprometer o tratamento precoce de alterações, por exemplo. “Na infância, o foco é preventivo, enquanto na fase adulta é corretivo. Já para os idosos, o cuidado é voltado à hidratação e prevenção de feridas”, destaca a podóloga.
Ou seja, buscar orientação profissional, seja com ortopedistas ou podólogos, é essencial para identificar alterações precocemente e adaptar os cuidados a cada fase da vida.