Sensações como queimação, perda de sensibilidade ou desequilíbrio ao caminhar podem estar relacionadas à neuropatia periférica, uma disfunção dos nervos que afeta especialmente os pés e exige atenção médica. A condição costuma ter origem ortopédica ou vascular, e o diagnóstico correto é essencial para indicar o melhor tratamento.
Segundo o ortopedista Bernardo Aurélio, cirurgião do pé e tornozelo da Kora Saúde, o quadro se manifesta de forma progressiva. “Os principais sintomas são queimação e alteração da sensibilidade térmica e dolorosa. Em casos mais graves, há perda de força e até impacto na marcha”, explica.
Já o cirurgião vascular Fabio Rodrigues Ferreira, do Hospital São Camilo, acrescenta que a destruição química dos nervos, como ocorre em pacientes com diabetes, também pode causar neuropatia. “É uma perda de sensibilidade que pode se tornar permanente e levar até a úlceras e amputações, se não tratada”, alerta.
É só dormência ou neuropatia?
Embora ambos os sintomas estejam relacionados aos nervos, há diferenças claras entre eles. A dormência comum é transitória e geralmente melhora em poucos minutos ou semanas, especialmente se for causada por má postura ou compressão passageira de nervos. Tende a desaparecer completamente em até três meses.
“A neuropatia é mais lenta, progressiva e com pouca ou nenhuma melhora espontânea”, afirma Aurélio.
Rodrigues Ferreira complementa que “a compressão repetida do nervo, como em casos de hérnia de disco ou estenose do canal medular, causando uma lesão duradoura”. Assim, a dormência não passa mais – e aí temos uma neuropatia instalada.
Principais causas da neuropatia
Entre os fatores ortopédicos e sistêmicos que podem desencadear o quadro, os especialistas destacam:
- Compressões nervosas por alterações na coluna, como hérnia ou estenose;
- Diabetes mellitus (neuropatia diabética);
- Deficiências nutricionais;
- Infecções como hanseníase, HIV e herpes zoster;
- Doenças autoimunes;
- Exposição a toxinas e metais pesados;
- Uso de medicamentos como quimioterápicos e antibióticos;
- Alcoolismo crônico;
- Traumas e fatores hereditários;
- Insuficiência renal.
Ainda de acordo com o ortopedista, alterações na coluna podem prejudicar a condução dos sinais nervosos entre a medula e os membros inferiores.
Fabio Rodrigues Ferreira, por sua vez, faz um comparativo: “É como se a pessoa ficasse sentada sobre o nervo por dias”. Isso porque a compressão constante machuca e também impede a recuperação.
Tratamento e prevenção
O tratamento para a neuropatia no pé varia conforme a origem do problema. De modo geral, o foco está em controlar a causa e aliviar os sintomas.
Se a origem for ortopédica:
- Medicação para dor e inflamação;
- Fisioterapia e acupuntura;
- Bloqueio do gânglio simpático ou implante de eletrodo medular (em casos graves).
Agora, se houver envolvimento vascular ou sistêmico:
- Controle rigoroso do diabetes e de outras doenças crônicas;
- Acompanhamento com cirurgião de coluna ou vascular;
- Cirurgias para descompressão dos nervos.
“É fundamental tratar a causa e não apenas o sintoma. Cada plano deve ser individualizado, conforme a condição do paciente”, orienta o cirurgião vascular.
Além do tratamento, os médicos alertam para os riscos da perda de sensibilidade prolongada, que pode evoluir para feridas graves ou infecções.
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Bursite nos pés: aprenda a tratar a inflamação definitivamente
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