
A prática esportiva traz inúmeros benefícios para a saúde, mas também pode ser acompanhada de desafios, como o risco de lesões nos pés. Quando não prevenidos ou tratados incorretamente, esses machucados podem comprometer a performance e até mesmo afastar o atleta das atividades. Mas, afinal, por que isso acontece?
Segundo o fisioterapeuta Bernardo Sampaio, diretor clínico do ITC Vertebral de Guarulhos, fatores como volume elevado de atividade sem descanso adequado, aumento brusco na intensidade dos treinos e o uso de calçados inadequados estão entre os principais responsáveis por lesões nos pés durante a prática esportiva.
Principais lesões nos pés
O profissional explica que as lesões mais recorrentes incluem:
- Fratura nos ossos do pé: especialmente no metatarso, causada por traumas diretos, comuns em esportes de contato;
- Entorse de tornozelo: resultado de movimentos bruscos ou torções;
- Fasciopatia plantar: inflamação na fáscia plantar, tecido que sustenta a sola do pé;
- Tendinopatia: acomete os tendões, como o de Aquiles, frequentemente sobrecarregados;
- Fratura de tornozelo: lesão grave que pode ocorrer em atividades de alta intensidade.
Porém, nem toda dor súbita durante a prática esportiva indica, necessariamente, uma lesão. “Pode ser apenas uma contratura muscular sem gravidade”, exemplifica o profissional. Mesmo assim, é importante estar atento a dores persistentes ou limitantes durante e após a atividade.
Esportes com maior risco de lesões nos pés
Embora qualquer modalidade possa lesionar os pés, alguns esportes apresentam mais chances, como a corrida de rua e os chamados esportes de contato, a exemplo do futebol, devido à maior incidência de lesões.
“A corrida apresenta alto índice de lesões em membros inferiores, enquanto o futebol é marcado por entorses e fraturas devido ao contato físico”, observa o diretor clínico.
Apesar de as fraturas decorrentes de traumas serem difíceis de evitar, outras lesões podem, sim, ser prevenidas com estratégias simples, mas realmente eficazes. Veja as recomendações de Sampaio:
- Fortalecimento muscular: trabalhar não só os pés, mas todo o membro inferior, para garantir suporte adequado durante os movimentos esportivos;
- Escolha de calçados apropriados: usar tênis que ofereçam suporte, amortecimento e sejam adequados ao tipo de atividade praticada;
- Treinos progressivos: evitar aumentar a intensidade ou duração dos exercícios de forma abrupta;
- Mobilidade articular e alongamento: apesar de o alongamento isolado não prevenir lesões, quando combinado com exercícios de mobilidade, contribui para a flexibilidade e resistência.
Tratamento e retorno às atividades
Lesões esportivas costumam demandar tratamento multidisciplinar, envolvendo ortopedistas e fisioterapeutas. “A fisioterapia é essencial tanto para a recuperação quanto para a prevenção de recorrências”, ressalta Bernardo.
Em muitos casos, pode ser necessário reduzir o volume de atividade ou até interromper temporariamente, dependendo da gravidade da lesão.
Além de tratar as lesões, a fisioterapia desempenha um papel preventivo. “Com uma avaliação funcional detalhada e um plano de tratamento personalizado, é possível retornar às atividades com segurança e evitar novas lesões”, garante o profissional.
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Os 5 esportes mais “perigosos” para os pés
A prática esportiva traz inúmeros benefícios para a saúde, mas também pode representar riscos, especialmente para os pés. Algumas atividades afetam mais, já que o impacto repetitivo, os movimentos bruscos e o uso inadequado de calçados podem levar a lesões que comprometem a mobilidade e a qualidade de vida. Segundo o fisiologista e educador físico Edson Timóteo, certos esportes exercem uma pressão maior sobre os pés, aumentando as chances de lesões. "O impacto contínuo e a sobrecarga podem levar a problemas como fascite plantar, entorses e fraturas por estresse. A técnica correta e o uso de equipamentos adequados são essenciais para minimizar os riscos", explica. A fisioterapeuta Gislaine Eurich destaca que fatores como superfície de prática e biomecânica individual também influenciam na predisposição a lesões. "Esportes que envolvem mudanças bruscas de direção, saltos e contato direto aumentam a pressão sobre os pés, exigindo cuidados específicos na prevenção", alerta. Esportes que mais afetam os pés Embora qualquer esporte possa causar danos quando não praticado de maneira segura, os especialistas reconhecem que algumas modalidades têm um risco aumentado devido às suas exigências físicas. As principais são: Corrida Por quê? Causa impacto repetitivo. O que pode causar? Fascite plantar, tendinite e fraturas por estresse. Fique atento: superfícies duras, como asfalto, aumentam a sobrecarga nas articulações. Futebol Por quê? Tem muitos movimentos de impacto e torção. O que pode causar? Entorses, fraturas e lesões ligamentares. Fique atento: o contato com o solo e com outros jogadores aumenta o risco de traumas nos pés. Basquete Por quê? Conta com saltos constantes e mudanças de direção. O que pode causar? Lesões nos ligamentos e fraturas por estresse. Fique atento: a aterrissagem incorreta após saltos pode comprometer articulações e tendões. Dança Por quê? Há movimentos repetitivos. O que pode causar? Tendinite, fascite plantar e lesões nos ligamentos. Fique atento: o contato frequente com superfícies rígidas, como os palcos, intensifica o impacto nos pés. Tênis Por quê? Exige movimentos rápidos de aceleração e desaceleração. O que pode causar? Sobrecarregar os pés. Fique atento: o impacto constante pode levar ao desgaste articular e ao surgimento de “unhas negras”. Como evitar lesões nos pés Ficar longe das atividades físicas não é o caminho para prevenir lesões. Afinal, praticar exercícios regularmente é muito importante para a saúde. O recomendado é seguir cuidados essenciais para se exercitar com segurança e evitar machucados. Nesse sentido, os profissionais Edson Timóteo e Gislaine Eurich recomendam: Usar calçados adequados, como tênis específicos para cada modalidade, com suporte e amortecimento adequados; Fortalecer os músculos com exercícios voltados para os pés e tornozelos, necessários para prevenir entorses e fraturas por estresse; Aquecer e alongar, visto que preparar a musculatura antes do exercício reduz o risco de lesões; Seguir as técnicas corretas, ou seja, aprender o movimento adequado para diminuir a sobrecarga nos pés; Descansar e se recuperar, dando tempo para o corpo “reiniciar”. Fique de olho! Além da falta de supervisão e da prática incorreta, outros fatores podem comprometer a integridade dos pés durante os exercícios. A dupla ressalta a sobrecarga nos treinos; a fadiga muscular, causada por cansaço excessivo; o ambiente inadequado, como solos muito duros ou irregulares; e condições pré-existentes, que incluem histórico de lesões e desequilíbrios musculares, por exemplo. A fisioterapeuta ainda acrescenta que determinados grupos também são mais propensos a intercorrências no esporte, como idosos, iniciantes ou sedentários, atletas de alto rendimento, pessoas com sobrepeso ou indivíduos com histórico de lesões. Tratamento e retorno ao esporte De acordo com o educador físico, caso ocorra uma lesão, a primeira medida é seguir o protocolo R.I.C.E., que inclui repouso, aplicação de gelo, compressão e elevação da área afetada. “É importante buscar acompanhamento médico, como fisioterapeuta ou médico ortopedista, para diagnóstico adequado e desenvolvimento de um plano de reabilitação, que pode incluir fisioterapia e monitoramento”, orienta Edson. Já o retorno seguro à prática esportiva deve ser feito de forma gradual e controlada para evitar recaídas e promover uma recuperação completa”. Nesse sentido, Gislaine lista algumas dicas: Iniciar com atividades de baixo impacto; Aumentar a intensidade progressivamente; Seguir orientações médicas e fisioterapêuticas; Garantir que a lesão esteja completamente curada antes de voltar aos treinos intensos. Se houver retorno da dor, é essencial parar imediatamente e relatar ao médico.

Inchaço após entorse de tornozelo: o que fazer
A entorse de tornozelo é uma lesão comum, mas pode causar grande desconforto. Além da dor, um dos sintomas frequentes é o edema - o inchaço da região lesionada, que ocorre devido à inflamação e à resposta do corpo ao trauma. Gustavo Nunes, ortopedista especializado em cirurgia do pé e tornozelo, esclarece que esse tipo de lesão pode afetar diretamente os ligamentos. "Quando há um estiramento ou rompimento ligamentar, o organismo reage enviando mais líquido para a área, gerando edema. Quanto maior a gravidade da entorse, mais intenso tende a ser esse inchaço", explica. O especialista destaca ainda que entorses graves podem levar a fraturas, sendo a fíbula o osso mais afetado nesses casos. "Se houver muita dor, incapacidade de apoiar o pé no chão ou suspeita de fratura, é essencial buscar atendimento médico e realizar exames de imagem", orienta. Como tratar o inchaço após uma entorse De acordo com a fisiologista Bianca Vilela, o primeiro passo para aliviar o edema é seguir o protocolo R.I.C.E. (sigla em inglês para repouso, gelo, compressão e elevação): Repouso: evitar sobrecarregar o tornozelo nos primeiros dias. Gelo: aplicar compressas frias de 15 a 20 minutos, várias vezes ao dia, ajuda a reduzir o inchaço e a dor. Compressão: usar bandagem elástica ou tornozeleira pode oferecer suporte e limitar o inchaço. Elevação: manter o pé elevado acima do nível do coração melhora a circulação e reduz a retenção de líquidos na região. Além disso, o médico Gustavo Nunes acrescenta que, em casos de entorses moderadas ou graves, o uso de uma bota ortopédica pode ser necessário por até quatro semanas para garantir estabilidade e auxiliar na recuperação. Fisioterapia e intervenção médica O tempo de recuperação varia conforme a gravidade da entorse. Casos leves melhoram em poucos dias, enquanto os mais severos podem levar semanas ou até meses. A fisioterapia precoce é um dos fatores mais importantes para acelerar a reabilitação e prevenir complicações. "Lesões multiligamentares ou instabilidades crônicas podem exigir cirurgia, que atualmente é feita por artroscopia, um procedimento minimamente invasivo", esclarece Gustavo Nunes. Bianca Vilela, por sua vez, ressalta que o fortalecimento muscular é essencial para prevenir entorses e edemas recorrentes. "Músculos fortes estabilizam as articulações e absorvem impactos, reduzindo o risco de lesões", diz. Assim, exercícios como elevação de calcanhares, uso de faixas elásticas para resistência e treinos de equilíbrio em superfícies instáveis ajudam a restaurar a força e a mobilidade do tornozelo após uma lesão. "A propriocepção, ou seja, a percepção do corpo no espaço, também precisa ser treinada para evitar novos episódios de entorse", complementa a profissional. Retorno aos treinos Nem pensar em retomar os treinos com o tornozelo inchado, ok? A fisiologista alerta que retomar atividades físicas com edema pode piorar a inflamação e prolongar a recuperação. "O ideal é aguardar a redução do inchaço, seguir um plano de reabilitação e só voltar aos treinos quando houver plena estabilidade e ausência de dor", frisa. No entanto, existem alternativas para manter o condicionamento físico sem sobrecarregar o tornozelo, que incluem exercícios de fortalecimento do core, musculação para a parte superior do corpo, bicicleta ergométrica leve e natação. O médico Gustavo Nunes reforça uma questão importante: caso a dor persista ou o inchaço não diminua, é essencial buscar orientação especializada para evitar complicações e garantir uma recuperação completa.

Bandagens terapêuticas aliviam dores e previnem lesões
Seja para atletas ou para quem sofre com dores crônicas, as bandagens terapêuticas podem ser aliadas na prevenção e no tratamento de diversas condições nos pés. As faixas adesivas elásticas ajudam a estabilizar articulações, melhorar a circulação e reduzir o desconforto muscular. Conforme explica o especialista em fisioterapia esportiva Flávio Martins, da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e da Atividade Física (Sonafe), as bandagens são indicadas tanto para prevenção quanto para reabilitação. Entretanto, embora sejam um importante recurso complementar no tratamento, é essencial aplicá-las corretamente e optar por marcas de qualidade para garantir seus benefícios. "Pacientes com fascite plantar, tendinite do tibial posterior e entorses de tornozelo costumam se beneficiar muito do uso", afirma. De acordo com ele, as bandagens são um suporte que pode ser combinado com fisioterapia, palmilhas e exercícios específicos para garantir um melhor resultado. Entre as principais indicações de uso, o profissional destaca: Para aliviar dores e desconfortos: ajudam a reduzir tensões musculares e dores nos pés decorrentes de sobrecarga ou condições como fascite plantar. Para prevenir lesões: indicadas para corredores, atletas e pessoas com predisposição a problemas nos pés, pois estabilizam as articulações e melhoram a função muscular. Para melhorar a circulação: estimulam o fluxo sanguíneo e linfático, auxiliando na recuperação muscular e reduzindo inchaços. Como suporte na reabilitação: ajudam em processos de recuperação de tendinites, entorses e outras lesões nos pés. Como auxiliar na correção mecânica e postural: fornecem estímulos proprioceptivos - mas não substituem tratamentos específicos; são apenas auxiliares. Como usar bandagem corretamente Já sobre o modo de uso das bandagens, Flávio Martins pontua algumas questões importantes: Tempo de uso: o recomendado é de 3 a 5 dias, dependendo do tipo de pele e da qualidade da aplicação. Aplicação na pele limpa e seca: evita que a bandagem descole rapidamente ou cause irritação. Evitar tensão excessiva: o estiramento exagerado pode comprometer a circulação e reduzir a eficácia do produto. Remoção em caso de reações adversas: sinais de coceira, vermelhidão ou irritação indicam necessidade de suspender o uso. Bandagem não substitui tratamento médico Apesar de eficazes, as bandagens não substituem abordagens mais completas. "Elas são um complemento, não a única solução. Dependendo da condição, o ideal é associar o uso da bandagem com fisioterapia, palmilhas ortopédicas e fortalecimento muscular", orienta o especialista. O profissional também destaca que a aplicação correta é essencial. “Algumas técnicas podem ser feitas em casa, mas quando realizada por profissional especializado, garante-se melhor eficácia e evita erros que podem comprometer os benefícios”. Informação importante: nem todas as pessoas podem usar bandagens terapêuticas. "Pacientes com alergia aos componentes adesivos, problemas circulatórios graves, como trombose venosa profunda, feridas abertas ou infecções na pele devem evitar o uso", alerta Martins. No fim das contas, o mais importante é buscar orientação adequada. Isso porque a bandagem pode trazer muitos benefícios, mas precisa ser aplicada com conhecimento.
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