Calcanhar Rachado
Calcanhar rachado pode sangrar (e isso não é um bom sinal)
O calcanhar rachado vai além de um incômodo estético. Quando a pele fica seca e espessa, pode se romper e formar fissuras profundas que chegam até a sangrar. Além de dor e desconforto, esse quadro facilita a entrada de bactérias e fungos, aumentando o risco de infecções graves.
Marlí da Silva, podóloga especialista em pés diabéticos, explica que as causas mais comuns deste problema são a falta de hidratação, o uso frequente de calçados abertos, andar descalço em pisos ásperos, clima seco ou frio e doenças como diabetes e obesidade.
“Quando a fissura se aprofunda, o sangramento pode aparecer. Se for leve e cessar em poucos dias, tudo bem. Mas intenso e frequente, não! Em pessoas com diabetes, mesmo uma ferida pequena deve ser avaliada por um médico, pois a cicatrização é mais difícil”, explica.
Quando o sangramento exige atenção
Nem todo sangramento indica algo grave. Porém, a frequência e a intensidade servem como alerta. Assim, é necessário ficar atento aos sinais que indicam necessidade de atendimento:
Dor intensa ou dificuldade para andar;
Sangramento que não melhora em poucos dias;
Secreção, pus ou mau cheiro;
Fissuras profundas que não cicatrizam.
Além do mais, pessoas com diabetes ou imunidade baixa devem procurar ajuda em qualquer ocorrência de sangramento. Marlí adverte que, quando não tratado, o problema pode evoluir para inflamação, inchaço e até úlceras. Nos casos mais graves, há risco de necessidade de intervenção médica e, em pacientes diabéticos, até amputação.
Cuidados para evitar o agravamento
Os primeiros cuidados começam em casa e ajudam a prevenir que as pequenas fissuras piorem. Entre eles estão:
Hidratar os pés diariamente com cremes específicos;
Secar bem os pés após o banho;
Evitar andar descalço em pisos ásperos;
Preferir calçados fechados que protegem o calcanhar;
Fazer esfoliação leve para remover a pele morta.
Para pessoas mais propensas a rachaduras, a podóloga recomenda intensificar a hidratação à noite e usar meias de algodão, além de controlar doenças como diabetes e obesidade, e visitar o consultório médico regularmente.
Tratamentos profissionais
Quando os cortes já estão mais profundos, não adianta esperar que melhorem por conta própria. É hora de buscar um podólogo, que poderá atuar com técnicas seguras e específicas, como:
Limpeza profissional e remoção controlada da pele espessa;
Aplicação de produtos emolientes concentrados;
Uso de bandagens protetoras;
Orientação personalizada de cuidados no dia a dia;
Encaminhamento médico em casos de infecção ou úlcera.
No entanto, também é fundamental que o paciente continue fazendo sua parte. Mesmo com o tratamento profissional, os cuidados caseiros devem ser mantidos e tudo aquilo que não é recomendado precisa ser evitado. É um trabalho conjunto e de confiança.
Plástica dos pés pode ajudar
Para a publicitária Marina Lopes, de 27 anos, a virada de chave no cuidado com os pés foi conhecer a plástica dos pés. “Eu sempre tive a região muito seca e já cheguei a puxar a pele do calcanhar, o que fez sangrar. Doeu, ardeu, foi horrível!”, relembra.
Ela conta que, no passado, sua pedicure costumava lixar seus pés, mas, com o tempo, os salões foram descontinuando este passo. “Até que descobri a plástica dos pés, que usa um produto e uma bota de alumínio. Depois, eles retiram toda a pele ressecada. Foi um divisor de águas na minha rotina”, compartilha.
Além do procedimento mensal, Marina passou a hidratar os pés diariamente com cremes à base de ureia e evitar andar descalça em casa. “Meu conselho é não deixar chegar no ponto de sangrar! Esses hidratantes são baratos e, quando usados com meias à noite, deixam o pé super-hidratado. Se puder investir, a plástica dos pés é maravilhosa também”, afirma.