Frieira e Micose
Usar calçados fechados no calor pode causar frieira, sabia?
Nos dias quentes, a transpiração dos pés aumenta naturalmente e, diante do uso de calçados fechados, o suor fica retido no espaço do sapato, cujo ambiente abafado favorece o surgimento da frieira. Também chamada de pé de atleta, trata-se de uma infecção fúngica que atinge principalmente a pele entre os dedos e precisa ser acompanhada.
Larissa Wood Fraga, dermatologista do Instituto Fraga de Dermatologia, explica que os fungos se desenvolvem facilmente em locais quentes, úmidos e pouco ventilados, como o interior dos sapatos. Isso não ocorre só no verão, mas em qualquer época mais quente, como alguns dias da primavera, por exemplo.
“Quando a pele permanece úmida por muito tempo, perde sua proteção natural. Isso cria o cenário perfeito para os fungos se multiplicarem rapidamente e, consequentemente, causarem condições como a frieira”, alerta a médica.
Sinais iniciais da frieira
Identificar os sintomas no começo do problema faz diferença no tratamento e evita que a frieira se espalhe. De acordo com a especialista, os sinais mais comuns são:
Coceira leve entre os dedos;
Descamação discreta e vermelhidão;
Pequenas rachaduras (fissuras);
Odor desagradável;
Sensação de ardor ou queimação.
Assim, ao reconhecer uma ou mais destas manifestações, é melhor não ignorá-las e buscar ajuda de um podólogo ou médico para avaliação profissional, diagnóstico e tratamento adequados.
Melhores e piores tipos de calçados
Já quando o assunto são os sapatos, vale lembrar que nem todo modelo traz o mesmo risco ao pé no verão. Isso vai depender de características específicas do calçado:
Oferecem riscos menores: sandálias, rasteirinhas e chinelos, que permitem ventilação e reduzem a umidade.
Mais seguros entre os fechados: modelos de tecido leve e respirável.
Grandes vilões: sapatos sintéticos, como os de plástico, couro sintético, e tênis usados por longos períodos sem meias adequadas.
A dermatologista Larissa lembra que, muitas vezes, pode ser necessário usar um sapato mais fechado por diferentes motivos, como trabalho ou ocasiões formais. Nesses casos, a orientação é prestar atenção no material do calçado: quanto mais permitir a respiração da pele, melhor será a escolha.
Higiene faz a diferença
Além de escolher um calçado adequado, manter bons hábitos de higiene é fundamental para evitar e tratar a frieira. Esteja atento a:
Lavar e secar bem os pés, principalmente entre os dedos;
Usar meias limpas diariamente e dar preferência às de algodão;
Alternar calçados e deixá-los arejar ao sol ou em local ventilado;
Não compartilhar toalhas, meias ou sapatos.
O propósito desses hábitos é evitar que a região permaneça quente e/ou úmida, já que os fungos buscam exatamente esse ambiente. Tais práticas também são cuidados contra o contágio.
O que fazer se notar sinais de frieira?
Intensificar a higiene e manter os pés secos são os primeiros passos para amenizar a frieira. Também é importante evitar sapatos fechados por muitas horas e, sobretudo, procurar um profissional para confirmar o diagnóstico e definir o tratamento correto.
Geralmente, o tratamento começa com antifúngicos tópicos, aplicados diretamente na lesão por 2 a 4 semanas. Se a infecção for mais extensa ou resistente, pode ser necessário o uso de antifúngicos orais – sempre com prescrição médica.
“O acompanhamento com um dermatologista garante que a frieira seja totalmente tratada e isso evita que ela volte ou cause complicações, como infecções bacterianas”, destaca Larissa.
Além disso, muita gente acredita que a frieira é passageira, mas, se não tratada corretamente, pode se tornar crônica e até se espalhar para as unhas, tornando o tratamento mais difícil e longo.