Dores nos pés e nas articulações inferiores, como joelhos e quadris, podem muitas vezes estar relacionadas ao tipo de pisada, que impacta a mobilidade das pessoas.
Existem basicamente dois tipos principais: a pronada e a supinada, além da neutra, que trazem diferenças estruturais importantes e podem afetar a mobilidade e o equilíbrio de forma diversa. Identificar e entender qual é a sua é essencial para evitar problemas e buscar o tratamento correto.
Pisada pronada
É caracterizada pelo pé chato ou plano e, por ter o arco medial encostando no chão, aumenta a área de contato com o solo. “Comum em quem tem o pé sem cava, o tipo pronado impacta a biomecânica do corpo e pode levar a um desgaste maior das estruturas internas dos pés”, explica o ortopedista André Silveira, especialista em pé e tornozelo, e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia do Ceará (SBOT-CE).
Desta forma, quem tem a pisada pronada tende a sentir mais desconforto no tendão tibial posterior, situação que se torna ainda mais acentuada em mulheres de meia idade, devido à sobrecarga nessa região.
Pisada supinada
Também chamada de “pé cavo”, essa pisada apresenta um arco elevado, reduzindo a área de contato com o solo. Uma vez que costuma causar mais rigidez, acaba tornando os pés menos adaptáveis com o chão.
Nesse caso, o médico André Silveira esclarece que as chances de sofrer entorses e lesões ligamentares, como instabilidades no tornozelo, são maiores, já que o formato limita a capacidade de absorver impactos ao caminhar.
Já por neutra entende-se a pisada em que as partes interna e externa do pé tocam o chão praticamente ao mesmo tempo, de maneira quase uniforme. Nesta condição, o peso corporal é distribuído de forma equilibrada.
Como pisadas afetam a mobilidade
- A pisada é fundamental para o equilíbrio, a estabilidade e a locomoção. Ela age como um primeiro ponto de contato com o solo e afeta o movimento do corpo por completo.
- Pessoas com pé plano costumam ter um desgaste das estruturas internas do pé e, eventualmente, nos joelhos e na coluna, já que a biomecânica se altera devido ao contato excessivo do arco com o chão.
- A pisada supinada, por outro lado, tende a comprometer a estabilidade do tornozelo, especialmente devido à menor área de contato com o solo.
Pisada precisa de correção?
Segundo o ortopedista, nem todos os tipos de pisada exigem correção imediata. O essencial é observar se a forma de contato com o piso está causando dor, desequilíbrio ou afetando a qualidade de vida e rotina da pessoa de alguma maneira, significativamente.
“Se o pé é funcional e permite ao paciente viver bem, a pisada não precisa de correção. Agora, se surgirem desconfortos, há alternativas, como as palmilhas ortopédicas, que não corrigem a pisada, mas ajudam a aliviar a dor e melhorar o suporte”, aponta André.
Tratamento e recomendações
- O uso de palmilhas personalizadas é uma solução paliativa que, embora não modifique o formato do pé, ajusta a pisada e alivia o desconforto.
- Em casos mais graves, que incluem deformidades significativas ou dores constantes, a cirurgia corretiva pode ser indicada. Com técnicas modernas, a intervenção possibilita reposicionar os ossos e estruturas do pé, melhorando o suporte e a qualidade de vida.
- O tratamento deve ser sempre personalizado.
“Não existe um pé certo ou errado. O importante é que funcione conforme as necessidades do paciente. É por isso que a medicina atual busca tratar a pessoa, em sua individualidade”, conclui o especialista.
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Qual a função da palmilha ortopédica?
Rosi Sant’Ana, podóloga especialista em palmilhas, explica que a função da palmilha ortopédica é corrigir ou melhorar a postura e o alinhamento dos pés, proporcionando suporte adequado para aliviar ou prevenir dores e desconfortos. “A palmilha ortopédica é indicada em diversas situações, especialmente quando há desconfortos ou problemas relacionados aos pés, postura ou movimento, como por exemplo nos casos de fascite plantar, esporão de calcâneo, canelite, pés planos, pés cavos, dentre outras patologias”, explica Rosi. A podóloga, que também é nutricionista, diz que sempre soube que seria da área da saúde e quando descobriu a podologia, se sentiu abraçada e acolhida pela profissão. “Aprendi com a minha mãe a profissão manicure, mas sempre me perguntei se não existia algo além do embelezamento”, conta ela. Hoje, Rosi tem sua própria clínica, a Sant’podologia em Vitória no Espírito Santo. Quando a palmilha é indicada? Alguns sinais podem acionar o alerta para a necessidade do uso de palmilhas. “Devemos sempre estar atentos a dores persistentes, desconforto ao andar, alterações visíveis no formato dos pés, dores que irradiam para outras partes do corpo etc.”, explica Rosi. Segundo ela, geralmente o próprio corpo apresenta sinais, por isso ela recomenda estar sempre atento. Dentre os benefícios do uso de palmilhas, além dos ortopédicos, também existem palmilhas apropriadas para tratar o suor e o mau cheiro nos pés, outras palmilhas promovem estímulos sensoriais e até servem para massagear a região dos pés e há até palmilhas mais simples apenas para promover maior conforto no uso de determinados calçados. Qual a melhor palmilha para dores no pé? A podóloga especializada em palmilhas ortopédicas explica que como cada paciente tem suas particularidades e patologias diferentes, a indicação de uma palmilha ortopédica é extremamente individualizada. “Somente com uma análise individualizada e observação clínica conseguimos desenvolver uma palmilha específica para o paciente”, afirma Rosi. Por isso, antes de usar uma palmilha é importante passar por uma avaliação profissional e garantir que o uso e a palmilha são adequados para você. Quanto dura uma palmilha ortopédica? Uma palmilha de boa qualidade dura em torno de 2 a 3 anos, segundo Rosi. E o custo de um par pode variar de acordo com a região do país. O uso de palmilha resolve todos problemas? O uso de palmilhas é bastante eficaz de modo geral, segundo Rosi, mas ela confirma que de fato algumas patologias precisam de um olhar mais cauteloso. São as seguintes condições: Deformidades ósseas; Pé equino ou pé torto congênito; Artroses avançadas; Osteoartrite nos pés e nas articulações; Problemas neuro musculares. Rosi conta que no Brasil ainda falta informação de qualidade em relação ao uso adequado das palmilhas ortopédicas. “A falta de conteúdo de qualidade pode levar a mal entendidos e até ao uso inadequado das palmilhas ortopédicas”, alerta a podóloga. “Quando se faz o uso correto das palmilhas ortopédicas vemos resultado”, diz Rosi. Ela conta de um caso recente de um paciente que tinha muita instabilidade para andar e um quadro de condromalácia grau 3 nos joelhos. O paciente adulto tinha o sonho de voltar a correr sem dor. “Realizamos toda as análises necessárias para a confecção e desenvolvimento de uma palmilha personalizada para ele. Após 30 dias esse paciente volta para o retorno já sem dor e conseguindo correr seus 5km livre de instabilidade e zero dor”, conta Rosi. “É uma alegria muito grande poder por meio do conhecimento poder ajudar meus pacientes. É muito gratificante ser Podóloga!”, complementa Rosi. Assista ao vídeo: [video width="480" height="848" mp4="https://www.baruel.com.br/wp-content/uploads/2024/12/palmilha-ortopedica-rosi-santana.mp4"][/video] Pise bem, viva melhor!
Palmilhas ortopédicas: tipos, funções e como escolher a ideal
As palmilhas ortopédicas são acessórios fundamentais para pessoas que precisam de suporte extra na pisada, que se diferenciam conforme o tipo e as funções buscadas. Independentemente se a necessidade é decorrente de problemas estruturais nos pés ou dores em articulações como joelhos e quadris, é importante saber que elas ajudam a distribuir melhor o peso do corpo, o que proporciona alívio às regiões de maior pressão. Além do mais, permitem mais conforto ao caminhar. Palmilhas X pisadas Um fator determinante para entender se é preciso usar e qual modelo de palmilha adotar é avaliar o tipo de pisada – sim, existe mais de uma: a pisada pronada (do pé chato ou plano, em a pisada supinada, conhecida por "pé cavo", além da que é considerada neutra. Na pisada pronada (pé chato ou plano), o arco medial encosta no chão e aumenta a área de contato com o solo e é muito frequente em pessoas com pé sem cava. A supinada (pé cavo) caracteriza um arco elevado, reduzindo a área de contato com o solo. Enquanto isso, na pisada neutra, as partes interna e externa do pé tocam o chão praticamente ao mesmo instante. Uma vez identificado qual o tipo de pisada, a palmilha se revela extremamente útil, pois terá a função de acomodar melhor o pé dentro do calçado e distribuir a carga de forma equilibrada. "As palmilhas não mudam o formato do pé, mas ajustam a pisada e isso traz melhora conforto, além de reduzir o impacto em regiões sensíveis", explica o ortopedista e traumatologista Ernane Osório, especialista em cirurgia do pé e tornozelo, e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia do Ceará (SBOT-CE). Tipos de palmilhas e suas principais funções Existem diversos modelos de palmilhas e cada um é indicado para casos específicos, conforme explica o médico: As palmilhas valgizantes e varizantes servem para ajustar o alinhamento do calcanhar. No caso de pisadas supinadas (pé cavo), uma palmilha valgizante inclina o calcanhar levemente para fora, ajudando a equilibrar a carga e reduzindo a pressão lateral. Já para pisadas pronadas (pé plano), uma palmilha varizante inclina o calcanhar para dentro, favorecendo a estabilidade do pé. As palmilhas para metatarsalgia são indicadas para pessoas com dor na região dos metatarsos, os ossos na base dos dedos. Os indivíduos podem se beneficiar com duas opções: a palmilha de valente, com um rebaixo específico sob os metatarsos, e a palmilha de apoio retrocapital, que traz uma pequena elevação que alivia a pressão sobre essa área. Ambas as alternativas são eficazes para redistribuir o peso e prevenir dores ao caminhar. As palmilhas de compensação são adotadas para corrigir diferenças de comprimento entre membros inferiores, geralmente causadas por problemas ortopédicos ou traumas. Para casos leves, tais itens resolvem bem o desalinhamento, mas quando a diferença é maior, pode envolver intervenções no calçado ou mesmo cirurgias. Como escolher a palmilha ideal Somente um médico, diante das queixas do paciente, poderá responder indicar qual a palmilha mais recomendada para cada caso. “O ortopedista avalia a causa da dor e a biomecânica do pé para decidir o tipo de palmilha mais indicado”, afirma Ernane. "Além disso, exames como a baropodometria, que mapeia a distribuição da carga na pisada, são fundamentais para o ajuste ideal, permitindo que a palmilha seja feita sob medida para proporcionar alívio e conforto", acrescenta. Risco com uso de palmilhas inadequadas Não procurar ajuda médica e tentar descobrir por conta própria qual palmilha usar pode trazer sérias consequências, como o desenvolvimento de novos problemas na região, sem nenhuma solução para a questão inicial - ou seja, é melhor não arriscar! "Palmilhas muito espessas podem gerar lesões na parte superior do pé e, se não corrigirem a pisada adequadamente, podem sobrecarregar outras articulações, como tornozelos, joelhos e quadris", avisa o especialista.
Palmilhas personalizadas X comuns: entenda diferenças
As palmilhas estão presentes no dia a dia de muitas pessoas, seja para dar mais conforto ou como parte de um tratamento. Mas você sabia que existe uma grande diferença entre os modelos comuns e os ortopédicos? Em alguns casos, a escolha certa pode até evitar dores e prevenir problemas futuros. Basicamente, as palmilhas comuns oferecem conforto e amortecimento, enquanto as ortopédicas são recursos terapêuticos desenvolvidos após avaliação médica. “Além de darem suporte, elas corrigem ou compensam alterações na pisada, redistribuem a pressão do pé e reduzem a sobrecarga em articulações como tornozelo, joelho e quadril”, explica Adriano Machado, ortopedista especialista em pé e tornozelo. O ortopedista Maurício Leite, membro da Sociedade Americana de Cirurgiões Ortopedistas (AAOS), reforça que as palmilhas ortopédicas são indicadas quando há dor frequente ou desequilíbrios na pisada. “Casos de pé chato, pé cavo, fascite plantar, esporão de calcâneo, neuroma de Morton e metatarsalgias são algumas das situações em que elas são fundamentais”, cita. Quando a personalização faz diferença De acordo com Adriano Machado, o processo começa com uma avaliação clínica completa, que inclui exame físico, análise da pisada e, em alguns casos, exames de imagem. Em seguida, é feita a prescrição da palmilha sob medida. “Cada pé tem características próprias de formato e alinhamento. Uma palmilha genérica pode até trazer conforto momentâneo, mas também pode acentuar desequilíbrios e causar dor onde antes não havia”, alerta. Maurício Leite, por sua vez, complementa que a personalização leva em conta fatores como peso, profissão, tipo de pisada e eventuais doenças do paciente. “Assim como os óculos corrigem a visão, a palmilha personalizada corrige a pisada, prevenindo problemas musculoesqueléticos e desgaste precoce nas articulações”, compara. Palmilhas tratam e previnem problemas As palmilhas ortopédicas têm ampla aplicação no tratamento e prevenção de diferentes condições. Conforme os médicos, algumas das principais indicações são: Pé plano (chato) ou pé cavo (arco plantar alto); Fascite plantar (inflamação) e esporão de calcâneo (crescimento ósseo); Metatarsalgia (dor na parte frontal do pé); Neuroma de Morton (espessamento do tecido ao redor do nervo); Tendinites (inflamação do tendão) por sobrecarga; Desalinhamentos do retropé, como calcâneo valgo ou varo; Desgaste articular em joelhos, quadris e coluna; Prevenção de úlceras plantares em pacientes diabéticos. Após o diagnóstico correto, os acessórios podem ajudar a aliviar a dor, corrigir desvios e até evitar a necessidade de cirurgias no futuro, por exemplo. Qualidade de vida a longo prazo Adriano reforça que pacientes que começam o tratamento precocemente podem ter benefícios duradouros. “Em alguns casos, o uso correto e personalizado pode dispensar abordagens cirúrgicas, com ótima qualidade de vida e capacidade de praticar atividades físicas sem queixa.” Nesse sentido, Maurício acrescenta que grupos como atletas, pessoas com sobrepeso, idosos e profissionais que passam muitas horas em pé são os que mais se beneficiam. Entenda o porquê: Atletas: reduzem o risco de lesões por impacto e melhoram a performance; Pessoas com sobrepeso: diminuem a pressão sobre pés, tornozelos e joelhos; Idosos: aumentam equilíbrio e estabilidade na marcha; Profissionais que ficam muito em pé: minizam o desconforto em longas jornadas. Lembre-se que, mesmo havendo indicação geral para esse público, apenas um médico pode confirmar se o uso é mesmo necessário e prescrever a melhor opção. Investimento em saúde preventiva Para os especialistas, a palmilha personalizada deve ser vista como um investimento em saúde. “Quanto antes identificarmos e corrigirmos alterações na pisada, maiores as chances de evitar problemas no futuro, mantendo a mobilidade e qualidade de vida”, afirma Adriano. Maurício lembra ainda que o uso das palmilhas deve ser acompanhado de revisões periódicas. Isso porque o corpo muda com o tempo e o material da palmilha também se desgasta. “É essencial ajustar sempre que necessário para manter a eficácia do tratamento”, finaliza.
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